domingo, 17 de dezembro de 2017


Não é de hoje que a indústria cinematográfica faz resgate ao passado ou adaptações de outras obras para o cinema. Desde refilmagens de obras já lançados há tempos ou de livros virando filmes.

O que podemos perceber é uma avalanche de reboots, novas produções resgatando o passado, ou adaptações de livros virando filmes. Uns tentando trazer o espírito nostálgico que a galera gosta bastante. Porém, essa constante fórmula nos cinemas e até nos seriados, nos obriga a questionar: o público do novo século é absurdamente nostálgico ou os produtores de conteúdo estão sem criatividade?

Não estamos julgando, mas você consegue listar os últimos dez sucesso de bilheteria que não foram adaptações ou versões de outras obras já lançadas?
Já parou para pensar nesse tipo de coisa?  O cinema vive uma época de falta de criatividade?

O que podemos concluir é que uma hora até a fase da nostalgia vai acabar!


Sr Stark.

terça-feira, 9 de junho de 2015

Capítulo 1- Sola do pé

Barulho de vidro quebrando na esquina da rua. Os gritos de socorro ecoam durante a madrugada. Esses gritos rompem barreiras incríveis: a distância de dez casas até chegar a minha, o portão da garagem que dá acesso a rua e minha janela que dá acesso a garagem. No auge do sono as quatro da madrugada, não pude discernir se era um som real ou apenas o  eco de um sonho que nunca mais lembrarei, tornei a dormir.

Cinco minutos para as seis da manhã. Despertador. Acordei. Ligo a televisão. Banho. Café. Visto a roupa. Chaves, carteira, celular, tudo na mochila. Saí de casa.

Uma manhã parcialmente nublada e os vizinhos persistem em ficam na neblina à beira de seus portões com as cabeças viradas para a esquina, onde ainda permanecia o aglomerado de guardas desviando o trânsito, outros verificando algo no chão que até então não percebi o que era até ver o solado dos pés descalços e pálidos virados para mim que já não andava mais pelo meio da rua mas já havia mudado para o lado posterior ao amontoado de guardas, eram pés de alguém e esse alguém não importa agora, pensei. São quinze para as sete. Atrasado.

Cheguei ao trabalho. Assinei o ponto. Fui ao armário.Abri-o.

O frio que desceu pela minha espinha não há termômetro que possa medir sua temperatura nem velocímetro a velocidade com que desceu por minhas pernas as deixaram bambas. Um envelope estava dentro de meu armário. Caro leitor, é claro que não fui eu que o coloquei lá, então porque acha que iria me assustar tanto?


Um envelope de papel madeira, fino e com um pequeno relevo denunciando o que poderia ser o objeto guardado ali dentro. O lacre simples de abrir, um barbante enrolado numa presilha  dizia que ninguém a não ser eu teria acesso a ele, portanto, não haveria necessidade de lacres mais difíceis. Peguei-o finalmente, algo leve e mole em seu interior, ao puxar de dentro do armário, um cartão com gotas vermelhas (só depois percebi que era sangue), as mãos trêmulas levaram o cartão aos meus olhos míopes que leram:



Continua...